NaturAzores

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14 maio 2006

Porquê reciclar?

A questão da gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) ganhou nos últimos anos uma importância vital, dado o aumento das quantidades geradas no nosso país e o seu ineficiente encaminhamento final.Os resíduos de embalagens representam hoje cerca de um terço do total dos RSU (e os plásticos 9% em peso daqueles) e, ao que tudo indica, essa percentagem tenderá a crescer nos próximos anos.Os resíduos de embalagens justificam uma atenção especial, dada a natureza dos materiais que os constituem. Muitos resíduos de embalagens podem ser valorizados, desde que convenientemente tratados de acordo com a sua especificidade, resultando daí ganhos ambientais, económicos e sociais.
De entre os resíduos de embalagens, os plásticos ganharam, ao longo dos anos, uma reputação negativa, sendo acusados de não se decomporem. De facto, a maior parte dos plásticos não são biodegradáveis, mas na realidade grande parte são fotodegradáveis. No entanto, nos aterros mantêm-se inalteráveis por falta de luz e oxigénio, o que aliás acontece com outros materiais. A sua deposição em aterros não é, portanto, a melhor solução. Outras soluções se apresentam: quando devidamente recolhidos e processados, os plásticos podem ser valorizados, quer em reciclagem, quer em recuperação energética.Assim se conclui que a reciclagem de plásticos tem um elevado potencial, quer em termos ambientais, quer em termos económicos. Daí a importância da sensibilização e da informação dos cidadãos, quer no que diz respeito aos hábitos de adesão à recolha selectiva, quer no reconhecimento de que, com materiais reciclados se produzem produtos de qualidade.
A Indústria do Plástico tem contribuído desde sempre para a racionalização da utilização do plástico, nomeadamente através da Política dos 3R: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Por outro lado, as Indústrias Recicladoras de Plásticos processam vários milhares de toneladas de resíduos plásticos anualmente, com as mais diversas origens, com destaque para os resíduos industriais e comerciais. A capacidade global de reciclagem no nosso país estima-se em cerca de 45 mil toneladas/ano, valor claramente excedentário relativamente às quantidades recolhidas pelas Autarquias, o que justifica um maior esforço de promoção dos circuitos de recolha selectiva e triagem junto dos cidadãos consumidores.
Daqui resulta que a reciclagem de plástico é uma responsabilidade de todos nós, cidadãos consumidores que utilizam embalagens e inúmeros outros artigos fabricados com plástico.
Nunca é demais lembrar que:- a reciclagem de plásticos é uma actividade que contribui para a redução da poluição e a conservação de recursos;- até agora grande parte da reciclagem mecânica efectuada em Portugal é feita com resíduos industriais, havendo claramente espaço na capacidade instalada para resíduos domésticos, desde que provenientes da recolha selectiva e triagem;- todos os plásticos são recicláveis. No entanto, só interessa reciclar quando dessa operação resultar um ganho ambiental e económico. Assim sendo, resulta que nem todas as embalagens, em função do seu conteúdo ou da sua constituição, são as mais adequadas para serem recicladas;- a reciclagem do material plástico pós-consumo depende essencialmente da quantidade e qualidade dos resíduos. É da responsabilidade de todos nós, cidadãos conscientes, a separação adequada dos materiais de forma a que estes possam ter uma segunda vida.
Para que valha a pena valorizar/reciclar é essencial:- que a utilização de resíduos enquanto matérias-primas secundárias seja economicamente vantajosa;- que existam mercados para os produtos recuperados e valorizados;- que existam meios e tecnologias eficazes para a recolha, a separação e a transformação dos resíduos;- que a Indústria de Reciclagem seja contemplada pelos incentivos financeiros existentes a nível estatal e comunitário.
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