Portugal melhora segurança marítima

A secretária de Estado dos Transportes convidou a Organização Marítima Internacional (OMI) a criar em Portugal um pólo de investigação dedicado aos assuntos do mar, à semelhança de outros já existentes na Suécia, Malta e Itália.Falando no Centro Cultural de Belém, na abertura do seminário “Shipping International”, Ana Paula Vitorino acentuou a necessidade de "educação contínua", como "um dos pilares da excelência da indústria marítima".Assim, desafiou aquela instância das Nações Unidas a "reflectir sobre a possibilidade de criar um centro" similar aos que a OMI tem naqueles três países.A governante considerou também que Portugal pode desempenhar um papel importante na cooperação técnica com países de língua portuguesa onde falta o “know how” sobre assuntos do mar, uma das preocupações da OMI.Ana Paula Vitorino apontou a fachada atlântica de Portugal como "uma plataforma de serviços de valor acrescentado a nível internacional", capaz de fazer do país "um dos centros de distribuição de mercadorias para Europa", no âmbito do transporte marítimo de curta distância (Short Sea Shipping).A secretária de Estado sublinhou a partilha de objectivos entre a Comissão Europeia e a OMI, no âmbito do transporte marítimo, que representando "mais de 90% do comércio mundial, constitui o modo de transporte mais eficiente, seguro e com elevados padrões de protecção ambiental".A propósito de segurança, a governante salientou que Portugal está a melhorar a segurança marítima, estando em curso a construção do projecto VTS Costeiro-Vessel Traffic System, a concluir em 2007.Ainda durante a abertura do seminário e coincidindo com as comemorações do Dia do Mar, o secretário de Estado da Defesa, Manuel Lobo Antunes, reportou-se à importância do transporte marítimo para toda a actividade social, económica e humana"."Que sucederia se não houvesse petroleiros para levar combustível a todo o mundo, aos diferentes climas, ou cargueiros, que levam o cereais da Argentina para todo o mundo, para se poder ter todos os dias pão fresco?", questionou.A resposta veio do orador seguinte, o secretário-geral da OMI, o grego Efthimius Mitropoulos, segundo o qual, sem petroleiros ou cargueiros por esse mundo fora, "os combustíveis e cereais não chegariam aos seus destinos e meio mundo morreria de frio e outro meio de fome".Para Mitroupolos é necessária uma "nova imagem" dos transportes marítimos, uma vez que essa imagem "tem sido subvalorizada pelo público e está grosseiramente associada aos desastres" ecológicos que "não pode ser o bode expiatório perante o cidadão", já que "80% da poluição do planeta tem origem em terra".O líder da OMI lembrou que o transporte marítimo é "um elo na economia global e faz com que o planeta gire", e apontou alguns indicadores.Em 1995 o transporte marítimo movimentou 6 mil milhões de toneladas de mercadorias, número que quadriplicou em 2003 para 24 mil milhões de toneladas.