Aumento das temperaturas provocaria graves consequências na Europa

por Lusa Um aumento médio da temperatura de cerca de três graus até 2071 provocaria um aumento de vítimas, alterações significantes nas colheitas europeias e graves consequências económicas na região turística do mediterrâneo, segundo um estudo da Comissão Europeia. As conclusões do estudo, anunciadas quarta-feira no âmbito da apresentação das novas estratégias da UE para uma política comum na Energia e no Ambiente, prevêem graves consequências climáticas e económicas para a Europa, caso as temperaturas aumentem em média 2,2 a 3 graus até 2071, relativamente às temperaturas registadas em 1990. Segundo o estudo, um aumento da temperatura de três graus causaria um número anual de 86 mil vítimas mortais devido ao calor e ao frio. Mesmo que se conseguisse reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, caso o aumento da temperatura fosse 2.2 graus morreriam 36 mil pessoas. O acréscimo das temperaturas aumentaria também a discrepância económica já sentida entre o Norte e o Sul da Europa, uma vez que as colheitas no norte poderiam aumentar em 70 por cento, enquanto que mais a Sul, especialmente na zona do mediterrâneo, se registaria um decréscimo de mais de 20 por cento devido aos longos períodos de seca. O trabalho também prevê graves consequências económicas para a zona do mediterrâneo, especialmente para países como Portugal, Espanha, Grécia e Itália, devido a "significante perda" do turismo provocada pelo aumento das temperaturas. Segundo o estudo, os destinos turísticos dos milhares de pessoas mudariam para zonas mais amenas, mais a norte da Europa. Os autores do estudo referem ainda a necessidade de reduzir de imediato as emissões de gases com efeito de estufa em 15 por cento, e, até 2050, em 50 por cento. Na quarta-feira, a União Europeia (UE) anunciou que quer reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 20 por cento até 2020 face aos níveis de 1990. Os responsáveis europeus entendem que uma redução mundial de 30 por cento permitiria evitar que as temperaturas subissem mais do que dois graus face aos níveis pré-industriais. Segundo os responsáveis europeus, a meta "é tecnicamente viável e economicamente sustentável" se forem tomadas medidas rápidas, defenderam, apelando a que outras regiões se movimentem também nesse sentido. O conjunto dos países desenvolvidos deve reduzir as suas emissões em 30 por cento, entre 1990 e 2020, com um novo acordo global para as alterações climáticas.