NaturAzores

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19 janeiro 2007

Excesso de algas na Lagoa Furnas é "preocupante"

Notícia Açoreano Oriental

19-01-2007 18:21:00

As chuvas dos últimos meses na ilha de São Miguel transportaram para a lagoa das Furnas um excesso de nutrientes que provocou um aumento do volume de algas, uma situação que a secretária açoriana do Ambiente considera "preocupante".
A situação foi avaliada num encontro, hoje em Ponta Delgada, entre Ana Paula Marques e a Associação de Proprietários e Moradores da Lagoa das Furnas, que já estava agendado para um balanço do plano da bacia hidrográfica da zona.
Após a reunião, a secretária regional do Ambiente e do Mar adiantou que se verifica a existência de uma situação "preocupante" junto às margens da lagoa das Furnas, na ilha de São Miguel, onde é visível uma cor azul na água.
A Lagoa das Furnas, à semelhança do que acontece com as das Sete Cidades, encontra-se em estado de eutrofização, resultante do crescimento anormal de algas devido ao excessivo enriquecimento da água com nutrientes, o que já levou o Governo açoriano a avançar com planos de recuperação.
Segundo Ana Paula Marques, trata-se de uma situação um pouco anormal, particularmente para o Inverno, que resultou de um período de chuva bastante intenso, especialmente no final de Dezembro.
"O Inverno foi muito chuvoso e registaram-se níveis de precipitação muito elevada no mês de Dezembro e houve um excesso de nutrientes que entraram na Lagoa e que desencadearam volume de algas", explicou a governante.
Ana Paula Marques lembrou ainda que existe uma zona de 163 hectares de pastagens na zona da Lagoa e admitiu que "alguém adubou anormalmente os terrenos durante o Inverno".
A responsável apelou a uma "responsabilidade social" dos cidadãos, sobretudo dos que ainda têm pastagens na zona circundante.
"As pessoas devem aderir às medidas agro-ambientais e cumprir a directiva nitratos", alertou a governante, ao adiantar que já está pronto o diploma do regime de contra-ordenação, para posteriormente seguir para Conselho de Governo, do qual "sairão coimas muito mais pesadas".
"Os crimes ambientais, sobretudo nestas massas de água, vão ter penalizações bastante duras", frisou Ana Paula Marques.
Victor Gonçalves, da Universidade dos Açores, explicou que as condições meteorológicas desencadearam o transporte para a lagoa de "uma carga de nutrientes bastante elevada", potenciando o desenvolvimento de um tipo de micro-organismos (algas), que foram arrastados para as margens.
"Trata-se especialmente de impactos visuais, mas têm ainda impactos no eco-sistema, por serem algas produtoras de toxinas, embora ainda não tenha ainda sido comprovada esta situação para o caso em concreto", explicou o investigador.
Segundo Victor Gonçalves, foram já recolhidas amostras, que estão em análise, e cujos resultados só serão conhecidos dentro de uma semana".
Margarida Rodrigues, da Associação de Proprietários e Moradores da Lagoa das Furnas, frisou tratar-se de uma situação que "está a preocupar" os habitantes da zona.