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29 março 2006

Água: Um composto extraordinário. Características

Água: Um composto extraordinário
Características
A água, elemento natural dos mais familiares e dispersos por todo o planeta, é afinal um dos compostos mais extraordinários que existem. A água líquida, ao contrário da gasosa ou sólida, é infinitamente rara no Universo e não existe nesta forma senão numa faixa muito estreita da fabulosa escala de temperaturas cósmicas.
Em relação a todos os outros compostos químicos com uma fórmula semelhante manifesta um comportamento anómalo!
Sendo 70% da superfície do planeta cobertos por mares e oceanos é evidente que as suas propriedades físicas e químicas têm um papel determinante no processo fundamental do meio ambiente humano.
O seu ponto de congelação, por exemplo, deveria ser muito mais baixo à superfície do Globo e, em virtude das leis da física e da química, a água não deveria existir na Terra senão sob a forma de um gás incolor. Além disso, pelo seu comportamento em relação ao calor e ao frio afasta-se da maior parte das outras substâncias. Baixando a sua temperatura até 4º C contrai-se mas, abaixo desse valor, volta a dilatar-se. No ponto de congelação o seu coeficiente de dilatação toma proporções espectaculares com um aumento de volume na ordem dos 9%. Se não fosse essa anomalia o gelo seria mais denso que a água e afundaria. Mas flutua criando uma barreira isolante que amortece sensivelmente o arrefecimento da água e consequentemente o processo de congelação.
Se o gelo afundasse em lugar de flutuar, os mares polares ficariam gelados do fundo à superfície e exerciam efeitos a longo termo e em grande escala sobre o clima. Seria uma época glaciar permanente que atingiria profundamente as regiões temperadas.
Uma outra propriedade física da água que influencia profundamente a vida terrestre é a sua capacidade de armazenar calor numa medida muito superior a todos os outros líquidos ou sólidos no estado natural, salvo o amoníaco. Em relação a eles, a Terra absorve e restitui o calor de forma extremamente rápida: se a superfície do planeta fosse totalmente sólida, temperaturas extremamente quentes de dia e frias de noite seriam as dominantes.
O imenso volume dos oceanos comporta-se como um termostato gigante que controla os fenómenos de absorção e de irradiação do calor e, graças às correntes oceânicas, assegura a transferência de calor, por vezes a milhares de quilómetros, antes de o restituir à Terra, seja directamente sob a forma de chuva, seja pela evaporação.